Um
comentário no post “Record vai rediscutir caso Décio…”,
chamou a atenção do titular do blog, comentaristas, colegas jornalista e
blogueiros, e até de gente de outros setores da sociedade maranhense, pelo tom
suspeito e ameaçador das informações.
Trata-se
das declarações do homem que se identificou por Geraldo Santos Melo.
Na
tentativa de defender a apuração do caso Décio pela equipe do secretário
Aluísio Mendes, Santos Melo revela o que pode ser uma tama de conspiração e
investigações ilegais que põem em risco qualquer um que se atreva a questionar
os métodos da SSP.
Pelo
menos é o que se depreende do que diz o comentarista. Veja um trecho:
-
Pois se quisessem [os delegados], bastava divulgarem 0,001%
dos áudios colhidos que com certeza, diversos blogueiros mostrariam sua
verdadeira face…Acordo para não divulgarem matérias em troca de
benesses…Manuipulação de notícias….E casos particulares que desmonariam as
famílias de quase toda a totalidade dos pseudos formadores de ou
desinformadores de opinão virtual em nosso estado… - diz o
comentarista.
Geraldo
Melo mostra claramente que a polícia maranhense tem gravações de jornalistas,
blogueiros – e, provavelmente, outras pessoas – que podem, segundo ele,
comprometer qualquer um.
Mas de
que forma estas gravações foram obtidas? Quem autorizou e com base em quê
autorizou? E se são autorizadas, por quê a polícia não abriu investigação
contra estas pessoas e até as prendeu?
A declaração do comentarista
remete à uma questão levantada nos bastidores políticos desde a época em que o
secretário de Segurança era o atual deputado estadual Raimundo Cutrim (PSD): a
de que existiria nos porões da SSP uma espécie de monitoramento de toda a
sociedade maranhense. E que, ainda segundo a intepretação do comentário de
Geraldo Melo, este grampo pode ser usado em chantagens, ameaças e intimidações.
O próprio
Geraldo Melo tenta isentar a polícia ao dizer que os grampos não foram
diretamente contra as pessoas, mas que elas “caíram de forma indireta”
(termo usado por ele), “se comunicando com
pessoas que estavam envolvidas, de alguma forma, com o crime de abril
passado…”.
Não há
dúvidas de que o secretário Aluísio Mendes tem obrigação de vir a público
esclarecer esta história das gravações.
Mesmo que
não tenham sido grampeados diretamente, se há jornalistas, deputados,
blogueiros policiais ou quem quer que seja ligado “aos envolvidos no crime de abril passado…”, como garante
Geraldo Melo, porque então a polícia não os indiciou?
Porque
estas pessoas não aparecem no relatório da investigação?
Dentre
tantas crônicas dos bastidores do caso Décio, há a história de que, irritado
com as críticas da imprensa, Aluísio Mendes chegou a ameaçar prender um
jornalista ou blogueiro. “Seria para dar
exemplo”, segundo relatou a pelo menos dois jornalistas.
Só não
levou sua vingança a cabo por que foi desautorizado pela governadora Roseana
Sarney (PMDB).
Mas as
revelações deste tal Geraldo Santos Melo – que pode ou não ser um fake;
que pode ou não existir (mas seu IP está à disposição da polícia e da Justiça)
– levam a crer que existem mais coisas do que se imagina por trás das
investigações do caso Décio.
E se
Aluísio Mendes – ou algum membro de sua equipe – usa estas informações não com
interesses republicanos, mas apenas com o intuito de intimidar, ameaçar ou
proteger quem quer que seja, devem também ser levados a dar explicações.
Sob pena
de desmoralizar o próprio sistema de Segurança…
Desaviso 1: o recorte acima é a íntegra do
comentário de Geraldo Santos Melo com a resposta do titular do blog
Desaviso 2: O secretário Aluísio Mendes tem
agendada para hoje entrevista com a equipe da Record que apura o caso Décio. No
sábado, ele já comentava com aluns jornalistas sobre a possibilidade de a
metéria não sair ontem – como não saiu.
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