Com internet livre, partidos já preparam campanha na web
Um dos objetivos é aumentar a arrecadação, uma vez que a nova lei eleitoral prevê que doações sejam permitidas por meio da redePT monta estúdio para criar rede de TV e rádio na web, PSDB estuda como lidar com doações on-line e PMDB lança uma rede para filiados Com a liberação das campanhas na internet aprovada pelo Congresso, os partidos se preparam para investir na rede visando 2010, e alguns reclamam da timidez da nova legislação. Os objetivos são aumentar a arrecadação entre pessoas físicas, agora que a doação por meio da internet está autorizada, além de ganhar filiados e adeptos.O PMDB lança em outubro sua nova página na internet. A aposta é a interatividade, possibilitando que os filiados participem de uma comunidade própria, nos moldes do Orkut. Outro investimento é fazer com que vídeos e rádios na web alcancem todas as regiões.O partido já contratou sete profissionais com experiência na área e quer aumentar ainda mais a sua equipe. Na coordenação das mudanças está o deputado Eliseu Padilha (RS)."A internet vai ser várias vezes mais importante nesta eleição do que nas anteriores. Eu diria que não cem vezes mais, mas 500", diz o deputado.O PT, um dos primeiros no Brasil a usar a internet em larga escala, termina a construção de um estúdio, compra equipamentos e deve contratar uma empresa para formar até o fim do ano uma rede de TV e rádio transmitindo pela internet. A ideia é oferecer o material gratuitamente a rádios e emissoras do interior do país."Não posso revelar quanto custa, mas adianto que não é pouco", diz o tesoureiro petista, Paulo Ferreira. O partido também avalia como massificar as doações. "A lei criou uma burocracia desnecessária ao exigir que os partidos deem recibos para as doações online. O CPF ou CNPJ informado pelo doador já seria suficiente."Sobre as doações, o secretário de Comunicação do PV, Fabiano Carnevale, avalia que a lei no Brasil, mesmo com as mudanças aprovadas, é ainda muito restrita em comparação com a dos EUA. "As doações só podem começar quando a campanha começar, por exemplo."O partido está profissionalizando a sua equipe de internet e começou a mandar duas pessoas (um câmera e um técnico) para fazer cobertura on-line de eventos do partido pelo país.Além do investimento nas novas ferramentas, a direção do PSDB também se dedica a aprender mais sobre as novas regras aprovadas pela Câmara.Um dos maiores desafios, segundo Eduardo Graeff, tesoureiro da legenda, vai ser aprender a lidar com as doações on-line. "Estávamos em compasso de espera, agora vamos começar a aprender sobre isso. Acho que a reforma aprovada no Congresso vai dar uma margem razoável para usarmos novas ferramentas", disse Graeff.Rede conjuntaO DEM conversa com o marqueteiro Luiz Gonzalez (ex-José Serra e Gilberto Kassab) sobre a criação de uma rede de TV pela web conjunta com os parceiros da oposição -PSDB e PPS. "É uma forma de nos contrapormos à máquina de propaganda do governo", diz o presidente da sigla, Rodrigo Maia.A rede, em seus planos, estaria no ar em novembro, em endereço eletrônico próprio. "O candidato não vai deixar de ir às ruas, mas terá que se preocupar muito mais com sua equipe de informática", afirma Maia.A aposta do PSB, do pré-candidato Ciro Gomes (CE), é um canal no YouTube, que deve estar no ar em breve. O site do partido também será reformulado. À frente da comunicação do PSB está o publicitário Edson Barbosa. "A sociedade está muito mais vinculada à rede. Gosto de ressaltar sempre que o conteúdo continua sendo o que mais importa", pondera.
MARIA CLARA CABRALFÁBIO ZANINIDA SUCURSAL DE BRASÍLIA
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